sábado, 12 de dezembro de 2009
Um cara bom
Quanta coisa boa acontece com um cara ruim; e quantas coisas ruins acontecem com um cara bom. Quem foi o filho da puta que ligou os cabos na entrada errada?
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Hotel Atântico de Suzana Amaral
Não consegui ver na Mostra de cinema de SP, tava aconpanhando o meu filme, Betty quer morrer; eu e a Dany vimos esta semana. Genial.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Meu lado B
Não sei que merda passa na cabeça dum cara pra querer ser aceito. Fodam-se, vou escrever o longa da maneira que eu gosto influenciado pelos filmes, livros e peças que me mantem vivo até hoje, vou soltar o lado B. Eu tô de volta.
O Mundo encaretou
Que saudade dos anos 90. Éramos invencíveis. Parecia que todas as pessoas estavam chapadas, felizes. Agora o mundo encaretou. Não pode fumar, não pode beber, não pode ouvir som alto que alguém chama a policia. (frase do filme Na velocidade... em montagem)
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Nasce a JoDa FiLmes
Tive que dar uma parada , sabia que algo estava errado comigo, a vontade de escrever era grande mais não queria me repetir. Fui ao teatro tentar achar inspiração, nada , fui ao cinema, nada, voltei aos livros, um lampejo, mas foi o mergulho em mim mesmo e nos outros que me deu mais um pouco de barro. A arte pede, eu obedeço, tudo sempre está lá, sempre, arrancado das mazelas humanas que tudo descrê, o foguete acha o rumo; fazendo uma analogia entre arte (criatividade) - o Arco e a flecha vemos que é o mesmo esquema; quando você atira a flecha ninguém sabe se vai acertar o alvo a única certeza é o maldito alvo. Casei, mas acho que dentro da rotina doméstica estou conseguindo achar espaço para continuar procurando o alvo. Com Betty quer morrer conseguimos, os veteranos da Cinemateca elogiaram o filme, e tem uma pá de outros festivais aceitando o Betty. Agora achei o fim que faltava para editar o filme novo Na Velociadade dos anos todos tão desesperados. O longa vem atrás, planejamos eu e a Dany rodá-lo em 2011.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
A Mostra de cinema acabou, nunca tinha visto tantos filmes bons em tão pouco tempo; pra fechar rolou coquitel e projeção ao ar livre na quinta passada com entrega dos prêmios na Cinemateca. Para quem não viu Betty quer morrer vai ter mais uma chance, vai passar na Cinemateca de São Paulo dia 11\11 ás 20h00. Estão todos convidados e a entrada é franca.
AH! O ZOOM da tevê Cultura no próximo sábado (amanhã) dia 07/11 às 22h30 vai exibir a entrevista falando do Betty quer morrer que participou da 33° Mostra Internacional de cinema de SP, com reprise dia 14/11 à 1h30 da madrugada.
Abraços
AH! O ZOOM da tevê Cultura no próximo sábado (amanhã) dia 07/11 às 22h30 vai exibir a entrevista falando do Betty quer morrer que participou da 33° Mostra Internacional de cinema de SP, com reprise dia 14/11 à 1h30 da madrugada.
Abraços
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Hoje e amanhã tem Betty quer morrer na Mostra de cinema em SP
terça-feira, 3 de novembro de 2009
sábado, 31 de outubro de 2009
HOJE TEM ESTRÉIA DE BETTY QUER MORRER NA MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SP
BETTY QUER MORRER
Dia 31/10 (sábado) às 16:00h no Centro Cultural São Paulo
Dia 04/11 (quarta) às 12:00h no Frei Caneca Unibanco Arteplex 1
Dia 05/11 (quinta) às 15:40 no Espaço Unibanco Augusta 3
Ficha técnica
DIREÇÃO E ROTEIRO: Joeli Pimentel
PRODUÇÃO : Danielli Avila
DIRETORA DE FOTOGRAFIA E CÂMERA: Thaisa Alves Oliveira
DIREÇÃO DE ARTE: Luanda Moraes
ASSISTENTE DE ARTE: Edson Oliveira
FIGURINO: Arieli Marcondes
ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Vinícius Casimiro
COORDENADORA DE PRODUÇÃO: Maitê Matheus
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Sandra Dias Mastrogiacomo
CONTINUISTA: Fernando Toscano
CONTRA REGRA: Fernanda Serson
ASSISTENTE DE CÂMERA : Ana Paula Figueiredo
ASSISTENTE DE ELETRICA: Alexandre Magnus e José Guilherme Barbosa
VIDEO ASSIST: Rogério Santos Salgado
EDIÇÃO DE SOM: Vinícius Casimiro e Daniel Rodisanski
MONTAGEM: Denis Nielsen
TRILHA ORIGINAL: Thiago Duarte
SOM DIRETO: Lia Kulakauska, Lucas Barão e Eduardo Giuliano
CRÉDITOS: Vitor Brandt
CENOGRAFIA DO PAINEL: Cristina Ecker Amaral
BONECOS: Jeffe
TRADUÇÃO: Claudia Ortolan
ELENCO: Danielli Avila, Joeli Pimentel e Pablo Perosa
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Curtas na mostra de cinema
Ontem lá estávamos nós no cinema Frei Caneca Artiplex, fomos ver o Programa de curtas 6; a Dany dormiu nos três primeiros; e eu apostando que um se salvaria; dos quatro curtas o último salvou a nossa noite, (tinha tudo para ser de filmes batidos e fracos)mas surge na tela grande uma comédia, um filme de verdade, não porque é comédia, podia ter sido drama, tragédia etc. Foi bom porque não queria ser mais que um filme: "Abracadabra", história de um cara mágico amador desastrado que quer só ser um mágico. Nunca ri tanto com um filme de curta metragem, muito bem feito, tempo cômico, ritmo, fotografia, direção de atores, narrativa... EXCELENTE. Vale à pena conferir. No sábado vamos na tradicional feijoada da Mostra no Terraço Itália. É Betty quer morrer na fita.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Mais da 33° Mostra Internacional de cinemo SP
O bom de ter um filme na mostra é poder ver todos os filmes na faixa, já é um prêmio essa cortesia. A abertura no auditório do Ibirapuera foi bacana, eu e a Dany chegamos cedo pra conferir. Abrindo a Mostra o filmaço: "A procura de Eric" do Ken Loach, depois seguimos os outros dias : "Os Dispensáveis", du caralho, depois "Elevador Armadilha", numa levada a Quentin Tarantino e depois o filme Deixe ela entrar...
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
CONFIRA A LISTA COM OS SELECIONADOS NA MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA; BETTY QUER MORRER FOI SELECIONADO
MOSTRA CURTAS E MÉDIAS
A Mais Forte, de Ricky Mastro (Brasil)
As Maltratadas, de Ana Campina (EUA/ Portugal/ Brasil)
Betty Quer Morrer, de Joeli Pimentel (Brasil)
Cenografia De Uma Vida, de Kiko Mollica (Brasil)
Frágeis Afetos, de Angélica Coutinho (Brasil)
Godofredo "O Interruptor", de Eva Furnari (Brasil)
Instead Of Abracadabra (Istället För Abrakadabra), de Patrik Eklund (Suécia)
Jantar Em Família, de João Villela (Brasil)
Lies (Lögner), de Jonas Odell (Suécia)
Majken, de Andrea Östlund (Suécia)
Nego Fugido, de Cláudio Marques, Marília Hughes (Brasil)
O Príncipe Encantado, de Sérgio Machado, Fátima Toledo (Brasil)
Ouro Branco, de Elza Cataldo (Brasil)
Outra Cidade, de Coraci Ruiz (Brasil)
Phiro, de Gregorio Graziosi (Brasil)
Quase Todo Dia, de Gandja Monteiro (Brasil/ EUA)
Revelando Minha Vida, de Fleury Da Silva De Almeida (Brasil)
Roman Polanski, de Alê Primo (Brasil)
Seeds Of The Fall (Slitage), de Patrik Eklund (Suécia)
Situation Frank, de Patrik Eklund (Suécia)
The Tale Of An Artist´s Brush (Sagan Om Penseln), de Andreas Kassel (Suécia)
Tikimentary, de Duda Leite (EUA/ Brasil)
Unexpected Company? (Oväntat Besök?), de Per Carleson (Suécia)
Vela Ao Crucificado, de Frederico Machado (Brasil)
domingo, 4 de outubro de 2009
Betty quer morrer na 33° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Finalmente Betty quer morrer foi lançado quinta-feira passada no cinema HSBC Belas Artes em Sampa. Já na bilheteria ver o nome do meu filme no letreiro junto com as mega produções, pessoas perguntando onde comprar ingresso para ver o filme, a moça da bilheteria dizendo que era só para convidados, o café do cinema sendo invadido pelo público, o cartaz com a foto da Dany encarnando a Betty na porta da sala, a imagem gigante na projeção, as idéias , o som estério da sala, os anos de trabalho duro embusca da frase visual sonora perfeita, as várias versões do roteiro; a captação, o frio das externas, as indecisões, meu coração jogando mais sangue que meu cerebro conseguia suportar; depois... coquitel, a equipe do filme, vários amigos e muita gente que não conhecia que lotaram a sala, gente sentada no chão; na tela grande criador e criatura de frente um para o outro;satisfação, certeza do dever cumprido, agora Betty foi selecionado para Mostra de cinema de São Paulo. Ser escolhido para essa mostra é o meu Oscar, era o que eu mais queria era estar nessa mostra, onde Quentin Tarantino, Takeshi Kitano, Beto Brant e muitos outros cineastas lançaram seus filmes.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
ESTRÉIA O FILME BETTY QUER MORRER NO HSBS BELAS ARTES
ESTRÉIA O FILME BETTY QUER MORRER DIA 01.10.09
NO CINEMA HSBS BELAS ARTES SP
NA SALA MÁRIO DE ANDRADE
AS 21:H30
NOS VEMOS LÁ
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Estreia do filme Bloco D, um filme terror de curta metragem que eu sou o protagonista
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Independentes
"Eu prefiro ser subcultural em vez de massa-culturais. Não estou interessado em bater a veia do mainstream".
Jim Jarmusch
Jim Jarmusch
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus / última apresentação/ sábado as 23h59 no Satyros 2
Fazer o que se gosta é a melhor coisa que um cara como eu podia querer da vida. Escrevo as peças que quero, faço os filmes que quero, leio e escrevo os livros que quero, sou casado com a mulher que quero, sou um cara de muita sorte. Não conseguiria escrever alguma coisa que eu não estivesse afim de escrever, algum troço escolhido por alguma agência de publicidade; tendo que agradar o grande público.
Estamos encerrando a temporada da peça e já dá saudades dos companheiros de cena; do publico maldido que nos acompanha. Fazer apresentações para poucas pessoas nada convencionais é uma dadiva dos Deuses; mas agora é hora de lançar o Betty Quer Morrer e começar a editar o próximo filme Na velocidade dos anos todos tão desesperados. Valeu Nelson, Valeu Jorge, Valeu Dany conseguimos.
Estamos encerrando a temporada da peça e já dá saudades dos companheiros de cena; do publico maldido que nos acompanha. Fazer apresentações para poucas pessoas nada convencionais é uma dadiva dos Deuses; mas agora é hora de lançar o Betty Quer Morrer e começar a editar o próximo filme Na velocidade dos anos todos tão desesperados. Valeu Nelson, Valeu Jorge, Valeu Dany conseguimos.
sábado, 25 de julho de 2009
Guerreiros
Aprendi a dirigir, e confesso, evito sair de carro na chuva, pode ser uma imagem romântica, mas não é nada seguro. Minha mulher vive me dizendo que o carro é uma arma, concordo.
A dany está se preparando para ser mãe e eu deixando de ser menino para ser pai.
Teatro é arte de guerreiros, cada vez que piso no palco me sinto forte por saber que de novo terei que construir algo, preencher espaços que o autor e diretor não chegaram, viajar no universo do personagem, nos seus conflitos, suas contradições; com respeito e tranquilidade, segui-lo.
Vejo a Gel (dany avila) o Urso (jorge melo) e Pepe (nelson peres) me abasteço e jogamos juntos o jogo da magia. Na cena da janela quando fico parado atrás do Nelson vejo seu cabelo branco, toda a sua luta no seu corpo e musculos; penso: como o teatro nos rejuvenesce, penso na minha própria idade, quase 39 anos, e penso na nossa vida de dedicação a arte de contadores de histórias, de homens de teatro, homens de respeito; rebeldes contestadores. Como na cena sempre devemos olhar para o horizonte, o mar revoltoso, as tempestades... são as interperes da vida que nos trarão uma compreensão de tudo que fazemos em vida. Contra a hipocresia e o descaso só a teimosia do TEATRO,TEATRO,TEATRO.
Hoje fazemos a penultima apresentação de Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus no Satyros 2 a 23h59. Essa peça já virou cult, a resposta do público é sempre acolhedora, seguem essa peça por onde ela vá. Numa das apresentações, o público pensava em voz alta trechos das falas dos atores. No final de outra apresentação um senhor nos agradeceu em voz alta quando saímos do palco. Pena que nossos pares não prestigiem teatro independente, underground; como a critica, ou um desses formadores de opinião fingem que não existimos. Fiquem com Deus, continuaremos interagindo com o mundo assim mesmo. E que meus filhos continuem a fazê-lo também.
A dany está se preparando para ser mãe e eu deixando de ser menino para ser pai.
Teatro é arte de guerreiros, cada vez que piso no palco me sinto forte por saber que de novo terei que construir algo, preencher espaços que o autor e diretor não chegaram, viajar no universo do personagem, nos seus conflitos, suas contradições; com respeito e tranquilidade, segui-lo.
Vejo a Gel (dany avila) o Urso (jorge melo) e Pepe (nelson peres) me abasteço e jogamos juntos o jogo da magia. Na cena da janela quando fico parado atrás do Nelson vejo seu cabelo branco, toda a sua luta no seu corpo e musculos; penso: como o teatro nos rejuvenesce, penso na minha própria idade, quase 39 anos, e penso na nossa vida de dedicação a arte de contadores de histórias, de homens de teatro, homens de respeito; rebeldes contestadores. Como na cena sempre devemos olhar para o horizonte, o mar revoltoso, as tempestades... são as interperes da vida que nos trarão uma compreensão de tudo que fazemos em vida. Contra a hipocresia e o descaso só a teimosia do TEATRO,TEATRO,TEATRO.
Hoje fazemos a penultima apresentação de Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus no Satyros 2 a 23h59. Essa peça já virou cult, a resposta do público é sempre acolhedora, seguem essa peça por onde ela vá. Numa das apresentações, o público pensava em voz alta trechos das falas dos atores. No final de outra apresentação um senhor nos agradeceu em voz alta quando saímos do palco. Pena que nossos pares não prestigiem teatro independente, underground; como a critica, ou um desses formadores de opinião fingem que não existimos. Fiquem com Deus, continuaremos interagindo com o mundo assim mesmo. E que meus filhos continuem a fazê-lo também.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Se não fosse o boteco não teriamos cinema,teatro,artes plásticas, música etc. Na praça Roosevelt, depois do 38tão que estamos em cartaz no Satyros 2 a 00h59 vamos pro bar beber, lá falamos com outros atores, com o público que viu nosso trabalho; sem isso nada se transforma.
Abaixo texto do Rodolfo sobre a matéria da folha de São Paulo.
A matéria da Folha do domingo passado sugere uma série de temas interessantes.
O repórter me procurou com uma tese já clara na sua cabeça: "A Praça já não é mais do teatro, mas da balada." Ele mesmo me disse isso no início da entrevista. Achei estranho o tema, pois não havia uma confirmação estatística, era apenas uma sensação, uma percepção do jornalista de que a praça não era mais de gente do teatro. Outras pessoas também tem a mesma sensação! - ele argumentou. Com certeza a pauta já estava aprovada e ela deveria ser feita. Independente das minhas declarações ou de qualquer outra pessoa. Independente dos fatos que nós pudéssemos elencar. Independente de outras verdades que pudessem surgir. O jornalismo já tinha a sua verdade, aprovada em reunião de pauta, e estávamos ali para exercer o livre direito de falar o que eles queriam ouvir.
Na entrevista, as perguntas eram elaboradas com essa finalidade. Os argumentos, os outros lados dessa história, nada interessava. O fato, segundo os olhos do jornalista, era incontestável, a pauta já estava definida e ele apenas recolheria frases minhas que corroborassem a sua tese. A isso, o bom jornalismo chama de "editar". A entrevista já estava pronta e ele só precisava de algumas escorregadelas minhas para poder usá-las na ratificação da sua verdade.
Depois, a matéria propriamente dita. Ele entrevistou outras pessoas da Praça que também escorregaram (algumas até pode ser que pensassem aquilo mesmo, mas com certeza alguns caíram no engano) e corroboraram a sua verdade. Não interessava a ele valorizar opinões discordantes, e que não eram poucas. A verdade programada foi escrita como havia sido planejado! Viva a verdade! A edição de domingo já pode ir para as bancas e todos podemos dormir tranquilos. A pauta foi cumprida!
E surgiu o preconceito claro e explícito, digno de outros jornalismos que temos por esse país afora. "Botequeiros" foi a palavra usada. Que palavra é essa? O que ela implica? Que tipo de matéria de capa de um jornal de cultura vai dar um destaque desses a uma matéria sobre "botequeiros"?
Os velhos preconceitos seculares voltam, sob um novo manto. Aqueles preconceitos que surgiram na Idade Média e nunca mais abandonaram o teatro ocidental. Aqueles que levaram a enterrar Molière longe do solo sagrado de um cemitério. Ou que obrigavam, não faz muito tempo, as atrizes brasileiras a usarem a carteira de identidade vermelha, aquela que identificava as putas. Os preconceitos usam de novas carcaças e surgem sob novas disfarces.
Antigamente, os atores eram bichas e as atrizes eram putas. Agora, os frequentadores da Roosevelt (atores ou público, tanto faz) são botequeiros.
Nunca, na Folha de São Paulo, se disse que na Vila Madalena existiam botequeiros!!! Nunca!!! Lá, na cool Vila Madalena, bairro onde moram muitos jornalistas endinheirados inclusive, as pessoas (entre os quais esses jornalistas) são chamados de "frequentadoras dos bares da Vila Madalena". Isso ocorre em qualquer caderno da Folha de São Paulo, no Cidades, no caderno especial de Bares, nas matérias da Revista da Folha. Por que então justamente os frequentadores da Roosevelt são botequeiros? Por que não são tão ricos e chics? Por que não frequentaram o Colégio Santa Cruz? Por que não costumam passar férias na Europa? Por que usar de outro nome se não for para depreciar as pessoas que frequentam a Praça e dar um toque levemente escandaloso à verdade que eles decidiram divulgar? Se isso não se chama preconceito, não sei o que poderia ser.
E finalmente, uma reação estranhamente poderosa. A reação das pessoas da Roosevelt. Eles formam uma comunidade, de verdade. Todos torcem pela Praça e tem orgulho das matérias que saem sobre ela. E eu tenho orgulho de dizer que as matérias que saem sobre a Praça não são só do teatro, mas de toda uma comunidade. É isso que faz deste fenômeno algo tão especial e maravilhoso. Somos muitos e diversos, múltiplos em suas experiências de vida e expectativas.
Mas essa matéria provocou um outro tipo de reação nesta comunidade. Hoje, numa mesa do La Barca, vi uma cena de conspiração, algumas pessoas sentadas falando baixinho quando eu me aproximei. Eles reliam a matéria e discutiam com a Isabel, garçonete do La Barca, o que havia saído na imprensa. Estavam ali o Chagas, ator; a Angela, artista plástica; a Suzana, síndica do prédio e revendedora da Avon e a garçonete sensação, Isabel, a balzaca mais fogosa da praça.
A indignação deles tinha um quê de patética graça, como se fossem um pequeno exército de Brancaleone tentando afrontar o maior dos dragões. Eles não se conformavam com a classificação de "Vila Madalena de segunda".
Ninguém por aqui mudou, nem a Isabel, nem a síndica, nem o Chagas, nem a artista plástica Angela...todos continuamos a fazer o mesmo que andamos fazendo nestes últimos anos: queremos nos divertir, fazer teatro, criar espaços maiores para a comunidade dos artistas e dos loucos. E se somos chamados de botequeiros, nós e aqueles que se aproximam de nós, isso não nos impede de seguir adiante.
Mas parece que o que fazemos incomoda muita gente. Porisso a matéria da Folha também é conveniente para aqueles que querem desmerecer a nossa arte e nossos objetivos. Aqueles que acreditam que o teatro só pode existir dentro de uma sala tradicional, com ingressos tradicionais, e depois do espetáculo de duração justa, que cada um volte para sua casa, sozinho e anônimo. Os crentes do bom teatro desprezam um teatro como o nosso, que busca ardentemente o encontro, antes, durante e depois do espetáculo, como forma de sobrevivência estética e pessoal. Eles abominam tudo que possa acontecer fora dos noventa minutos combinados dentro de uma sala de espetáculo. Eles odeiam o nosso trabalho com todas as suas forças.
Porisso a frase revolucionária:
"Botequeiros do mundo, uni-vos!"
do blog do Rodolfo Garcia Vazquez linkado ai do lado
Abaixo texto do Rodolfo sobre a matéria da folha de São Paulo.
A matéria da Folha do domingo passado sugere uma série de temas interessantes.
O repórter me procurou com uma tese já clara na sua cabeça: "A Praça já não é mais do teatro, mas da balada." Ele mesmo me disse isso no início da entrevista. Achei estranho o tema, pois não havia uma confirmação estatística, era apenas uma sensação, uma percepção do jornalista de que a praça não era mais de gente do teatro. Outras pessoas também tem a mesma sensação! - ele argumentou. Com certeza a pauta já estava aprovada e ela deveria ser feita. Independente das minhas declarações ou de qualquer outra pessoa. Independente dos fatos que nós pudéssemos elencar. Independente de outras verdades que pudessem surgir. O jornalismo já tinha a sua verdade, aprovada em reunião de pauta, e estávamos ali para exercer o livre direito de falar o que eles queriam ouvir.
Na entrevista, as perguntas eram elaboradas com essa finalidade. Os argumentos, os outros lados dessa história, nada interessava. O fato, segundo os olhos do jornalista, era incontestável, a pauta já estava definida e ele apenas recolheria frases minhas que corroborassem a sua tese. A isso, o bom jornalismo chama de "editar". A entrevista já estava pronta e ele só precisava de algumas escorregadelas minhas para poder usá-las na ratificação da sua verdade.
Depois, a matéria propriamente dita. Ele entrevistou outras pessoas da Praça que também escorregaram (algumas até pode ser que pensassem aquilo mesmo, mas com certeza alguns caíram no engano) e corroboraram a sua verdade. Não interessava a ele valorizar opinões discordantes, e que não eram poucas. A verdade programada foi escrita como havia sido planejado! Viva a verdade! A edição de domingo já pode ir para as bancas e todos podemos dormir tranquilos. A pauta foi cumprida!
E surgiu o preconceito claro e explícito, digno de outros jornalismos que temos por esse país afora. "Botequeiros" foi a palavra usada. Que palavra é essa? O que ela implica? Que tipo de matéria de capa de um jornal de cultura vai dar um destaque desses a uma matéria sobre "botequeiros"?
Os velhos preconceitos seculares voltam, sob um novo manto. Aqueles preconceitos que surgiram na Idade Média e nunca mais abandonaram o teatro ocidental. Aqueles que levaram a enterrar Molière longe do solo sagrado de um cemitério. Ou que obrigavam, não faz muito tempo, as atrizes brasileiras a usarem a carteira de identidade vermelha, aquela que identificava as putas. Os preconceitos usam de novas carcaças e surgem sob novas disfarces.
Antigamente, os atores eram bichas e as atrizes eram putas. Agora, os frequentadores da Roosevelt (atores ou público, tanto faz) são botequeiros.
Nunca, na Folha de São Paulo, se disse que na Vila Madalena existiam botequeiros!!! Nunca!!! Lá, na cool Vila Madalena, bairro onde moram muitos jornalistas endinheirados inclusive, as pessoas (entre os quais esses jornalistas) são chamados de "frequentadoras dos bares da Vila Madalena". Isso ocorre em qualquer caderno da Folha de São Paulo, no Cidades, no caderno especial de Bares, nas matérias da Revista da Folha. Por que então justamente os frequentadores da Roosevelt são botequeiros? Por que não são tão ricos e chics? Por que não frequentaram o Colégio Santa Cruz? Por que não costumam passar férias na Europa? Por que usar de outro nome se não for para depreciar as pessoas que frequentam a Praça e dar um toque levemente escandaloso à verdade que eles decidiram divulgar? Se isso não se chama preconceito, não sei o que poderia ser.
E finalmente, uma reação estranhamente poderosa. A reação das pessoas da Roosevelt. Eles formam uma comunidade, de verdade. Todos torcem pela Praça e tem orgulho das matérias que saem sobre ela. E eu tenho orgulho de dizer que as matérias que saem sobre a Praça não são só do teatro, mas de toda uma comunidade. É isso que faz deste fenômeno algo tão especial e maravilhoso. Somos muitos e diversos, múltiplos em suas experiências de vida e expectativas.
Mas essa matéria provocou um outro tipo de reação nesta comunidade. Hoje, numa mesa do La Barca, vi uma cena de conspiração, algumas pessoas sentadas falando baixinho quando eu me aproximei. Eles reliam a matéria e discutiam com a Isabel, garçonete do La Barca, o que havia saído na imprensa. Estavam ali o Chagas, ator; a Angela, artista plástica; a Suzana, síndica do prédio e revendedora da Avon e a garçonete sensação, Isabel, a balzaca mais fogosa da praça.
A indignação deles tinha um quê de patética graça, como se fossem um pequeno exército de Brancaleone tentando afrontar o maior dos dragões. Eles não se conformavam com a classificação de "Vila Madalena de segunda".
Ninguém por aqui mudou, nem a Isabel, nem a síndica, nem o Chagas, nem a artista plástica Angela...todos continuamos a fazer o mesmo que andamos fazendo nestes últimos anos: queremos nos divertir, fazer teatro, criar espaços maiores para a comunidade dos artistas e dos loucos. E se somos chamados de botequeiros, nós e aqueles que se aproximam de nós, isso não nos impede de seguir adiante.
Mas parece que o que fazemos incomoda muita gente. Porisso a matéria da Folha também é conveniente para aqueles que querem desmerecer a nossa arte e nossos objetivos. Aqueles que acreditam que o teatro só pode existir dentro de uma sala tradicional, com ingressos tradicionais, e depois do espetáculo de duração justa, que cada um volte para sua casa, sozinho e anônimo. Os crentes do bom teatro desprezam um teatro como o nosso, que busca ardentemente o encontro, antes, durante e depois do espetáculo, como forma de sobrevivência estética e pessoal. Eles abominam tudo que possa acontecer fora dos noventa minutos combinados dentro de uma sala de espetáculo. Eles odeiam o nosso trabalho com todas as suas forças.
Porisso a frase revolucionária:
"Botequeiros do mundo, uni-vos!"
do blog do Rodolfo Garcia Vazquez linkado ai do lado
terça-feira, 14 de julho de 2009
22 anos fazendo teatro
Há exatos 22 anos atrás eu começava minha epopéia no teatro, tinha 17 anos, pela terceira vez tentava terminar o ginásio na Escola Estadual Manuel Bandeira, no jardim Novo Bandeirantes na cidade de Cambé (PR), nessa época eu treinava na escolinha de futebol da vila Santa Terezinha em Londrina com o ex-jogador do Tubarão Zequinha. Meu futuro já estava certo seria jogador de futebol, jogava bola dia e noite, dali uma semana faria um teste para o Juniores do Londrina, time da primeira divisão do futebol Brasileiro. Foi tudo muito rápido, precisavam de alguém para fazer uma apresentação de teatro e ninguém se habilitava, quando um amigo meu e comparsa Rui, ficou sabendo que poderia ficar fora da sala de aula a semana toda, detalhe era semana de provas, ele disse que tinha um amigo que sabia fazer teatro, e eu nem sabia o que era teatro. Ficamos jogando bola dentro do salão nobre da escola até a véspera da apresentação, o diretor da escola de vez em quando passava lá para ver como estamos trabalhando, quando indagados do futebol dizíamos que estávamos nos aquecendo, que era isso que os atores faziam, blá,blá,blá... O dia da apresentação finalmente chegou, estava programada para a hora do intervalo, desesperados montamos uma estruturada, uma pequena esquete com começo, meio e fim, foi puro instinto; nem sabíamos na época o que era esquete ou estrutura dramática. Resolvemos tirar sarro das atitudes de alguns professores que não lecionavam mais na escola, começamos a apresentação tensos, mas, aos poucos fomos gostando da brincadeira e tudo parecia se encaixar. Os alunos riam, os professores riam. Depois dessa apresentação nos chamavam para todas as comemorações da escola. Quando vi estava em cima de um caminhão palco vindo de Curitiba me apresentando na rua; montamos um grupo amador de teatro e ensaiávamos no salão de festas da igreja católica; em 1989 vi um senhor filmando um casamento na igreja, era a primeira vez que via um câmera de vídeo, convencemos o padre que nos liberou o salão para fazermos um festa para arrecadar fundos para nosso primeiro longa metragem amador; 1990 um amigo ouviu no rádio um teste para atores entrarem no grupo Proteu, esse grupo organizava o FILO que nem era filo ainda, era Mostra Latino Americana de Teatro, fui no teste e passei, foi minha estréia no teatro profissional. Pelo teatro voltei a estudar e terminei o colegial, tentei a faculdade de filosofia, passei no vestibular, mas o teatro me chamava outra vez, ai me mudei para São Paulo.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Cia. Desencontrários em dose dupla Mother Fucker e 38TÃO
Mother Fucker - O começo de uma banda de rock and rol, no Centro cultural da Juventude de 11 a 19 de Julho de 2009; Sáb 20h. Dom. 18h. CCJ: Av Deputado Emilio Carlos 3641 - Vila Nova Cachoerinha - Próximo do terminal de ônibus Cachoerinha.
texto e direção: Joeli Pimentel
produção:Danielli Avila
elenco: Danielli Avila,Joeli Pimentel, Claudia Ortolan e Marco Plá
CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE
texto e direção: Joeli Pimentel
produção: Danielli Avila
elenco: Joeli Pimentel, Danielli Avila, Nelson Peres e Jorge Melo
SATYROS 2
Abaixo uma critica da peça 38TÃO que reestrea sábado no Satyros 2 Pça Roosevelt 134 -sábado a 23h59 em São Paulo.
Brincando de poesia e cinema no palco
“Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus” é um dos bons exemplos de bom texto
Quando uma trupe de teatro se junta, um dos primeiros obstáculos para uma boa montagem é vencer o desafio de encontrar o que se quer dizer. Uma vez equacionada a questão é preciso encontrar como se quer dizer. Daí se recorre a grandes dramaturgos, universais, nos quais geralmente é preciso fazer pequenos acertos na obra para adaptar o texto ao nosso tempo, ao nosso olhar, ao nosso presente. Neste momento alguns grupos decidem tomar um caminho mais firme: escrever seu próprio texto e ter liberdade e propriedade total do que estão dizendo.
Isso acaba desembocando em tentar sua própria forma de encenação e abre caminho para uma agradável busca de influências que não necessariamente vêm somente do teatro, mas da poesia, do cinema, artes plásticas, enfim.
Hoje, quando falamos de um déficit de bons e novos textos no Brasil, há grupos e pessoas que caminham no sentido oposto desta crise. É o caso da Cia. Desencontrários. A companhia está agora em cartaz com o texto "Comprei um Treisoitão e Fui Brincar com Deus", no Espaço Satyros. O ator, diretor, cineasta e dramaturgo Joeli Pimentel começou em Londrina (PR), onde, aos 17 anos, buscou suas primeiras influências no cineasta e multiartista alemão Werner Fassbinder. O alemão teve uma produção artística prodigiosa em qualidade, acentuada em solidão, desespero, angústia e busca pela própria identidade. Pimentel buscava falar do ser humano de forma crua, com conflitos internos e com liberdade para falar palavrões, por exemplo. Fassbinder "mostrou" a ele que era possível.
Já o escritor e poeta curitibano Paulo Leminski deu a Joeli a porta para escrever de forma breve, frases curtas, ideias profundas, ao modo de um haikai. O movimento beatnik - a contracultura - e sua vontade de mostrar a realidade sem ilusões ou distrações também foi influência escolhida pelo jovem dramaturgo paranaense. É importante lembrar que Pimentel não buscou este caminho isolado.
Ele faz parte de uma onda de artistas, como outros que saíram do grupo Cemitério de Automóveis apenas para dar exemplo, que batalham - fora da verba pública - e que buscam seus próprios caminhos; de forma marginal e usando como arma a intelectualidade e a interdisciplinaridade de atuação.
Pimentel é um dramaturgo que tomou uma opção: de beber no cinema, na literatura e na filosofia para desembocar numa linguagem suja com toques de humanidade. Tomar opções é caminho compulsório não apenas a dramaturgos; mas também de atores para crescer na interpretação.
Mas, vamos à peça. "Comprei um Treisoitão..." começa assim: é honesta. Os atores estão lá. Os sentimentos também estão presentes. Ponto a favor. Samuca (Pimentel) é um presidiário que acaba de sair da cadeia e quer realizar três desejos: mijar sem se esconder, fumar um baseado muito grande sozinho e passar três dias com o sexo de mulher de verdade. Não realiza nenhum. Não se comunica com ninguém. Não aprendeu a fazer isso. Mas não é ignorante.
Raciocina de forma mediana. Lida com a frustração da forma como todos nós, todos os dias: vai esquecendo dos sonhos diários que se mostram inviáveis e cria outros ao mesmo tempo. Vai remendando pequenos sonhos.
Ao seu redor estão ramificações de sua personalidade: Gel (Danielli Avila), um amor platônico; Pepe (Nelson Peres), um trabalhador que na verdade raramente trabalha e tem dinheiro; e Urso (Fábio Arruda), que está numa overdose constante. Todos viciados.
Os atores estão acordados, ouvem e falam com propriedade e os palavrões não são o forte do texto: reflexo da propriedade de criação da peça. Estão todos num ambiente de solidão; típicos de quem já passou noites nas "vagas" de dormitórios do centro da cidade, tendo nas camas ao lado imigrantes/fugitivos ou "homens sombra".
A peça tem seu ápice no momento em que Samuca, do alto de um prédio, de posse de um revolver calibre 38, olha sua solidão e questiona Deus. A imagem é bem conduzida e leve. Como um haikai que transforma numa metáfora todo o texto.
Há experimentos interessantes na cenografia, criada quase apenas de lixo de caçambas da cidade. A cama não se equilibra nunca. Naturalmente seus apoios foram feitos para escorregar. A luz é concebida de baixo para cima trazendo efeitos interessantes à montagem.
"Comprei um Treisoitão...", primeiro texto de Pimentel, foi premiado pelo concurso Nacional de Nova Dramaturgia Brasileira no Rio de Janeiro em 2002. O curador do prêmio, Roberto Alvim, hoje à frente do Club Noir, com Juliana Galdino, interessou-se por montar a peça. Na época, o texto premiado foi dirigido por Mário Bortoloto no Teatro Carlos Gomes, no centro da capital fluminense. Somente agora Pimentel conseguiu fazer sua própria direção, entremeando a produção teatral à produção de curtas-metragens, com intuito de arredondar idéias de seu próprio texto.
Independente de outros julgamentos da qualidade desta obra (e haverá vários, todos pertinentes também), este grupo, assim como outros que merecem luz , traz a você uma pesquisa e paixões de uma vida inteira. E está apenas no princípio. Faz um teatro "com história", com substância. Então, sinta-se à vontade para sair de casa, aguentar o trânsito, estacionamento, etc, para ver este espetáculo. Vale a pena.
(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 7)(Juan Velásquez - Ator e jornalista - Comprei um Treisoitão e fui brincar com Deus Espaço dos Satyros 2, Praça Roosevelt, 134. Só aos Sábados, 23h59. R$ 20 1/2 R$ 10,00. Até 01 de Agosto de 2009. )
texto e direção: Joeli Pimentel
produção:Danielli Avila
elenco: Danielli Avila,Joeli Pimentel, Claudia Ortolan e Marco Plá
CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE
texto e direção: Joeli Pimentel
produção: Danielli Avila
elenco: Joeli Pimentel, Danielli Avila, Nelson Peres e Jorge Melo
SATYROS 2
Abaixo uma critica da peça 38TÃO que reestrea sábado no Satyros 2 Pça Roosevelt 134 -sábado a 23h59 em São Paulo.
Brincando de poesia e cinema no palco
“Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus” é um dos bons exemplos de bom texto
Quando uma trupe de teatro se junta, um dos primeiros obstáculos para uma boa montagem é vencer o desafio de encontrar o que se quer dizer. Uma vez equacionada a questão é preciso encontrar como se quer dizer. Daí se recorre a grandes dramaturgos, universais, nos quais geralmente é preciso fazer pequenos acertos na obra para adaptar o texto ao nosso tempo, ao nosso olhar, ao nosso presente. Neste momento alguns grupos decidem tomar um caminho mais firme: escrever seu próprio texto e ter liberdade e propriedade total do que estão dizendo.
Isso acaba desembocando em tentar sua própria forma de encenação e abre caminho para uma agradável busca de influências que não necessariamente vêm somente do teatro, mas da poesia, do cinema, artes plásticas, enfim.
Hoje, quando falamos de um déficit de bons e novos textos no Brasil, há grupos e pessoas que caminham no sentido oposto desta crise. É o caso da Cia. Desencontrários. A companhia está agora em cartaz com o texto "Comprei um Treisoitão e Fui Brincar com Deus", no Espaço Satyros. O ator, diretor, cineasta e dramaturgo Joeli Pimentel começou em Londrina (PR), onde, aos 17 anos, buscou suas primeiras influências no cineasta e multiartista alemão Werner Fassbinder. O alemão teve uma produção artística prodigiosa em qualidade, acentuada em solidão, desespero, angústia e busca pela própria identidade. Pimentel buscava falar do ser humano de forma crua, com conflitos internos e com liberdade para falar palavrões, por exemplo. Fassbinder "mostrou" a ele que era possível.
Já o escritor e poeta curitibano Paulo Leminski deu a Joeli a porta para escrever de forma breve, frases curtas, ideias profundas, ao modo de um haikai. O movimento beatnik - a contracultura - e sua vontade de mostrar a realidade sem ilusões ou distrações também foi influência escolhida pelo jovem dramaturgo paranaense. É importante lembrar que Pimentel não buscou este caminho isolado.
Ele faz parte de uma onda de artistas, como outros que saíram do grupo Cemitério de Automóveis apenas para dar exemplo, que batalham - fora da verba pública - e que buscam seus próprios caminhos; de forma marginal e usando como arma a intelectualidade e a interdisciplinaridade de atuação.
Pimentel é um dramaturgo que tomou uma opção: de beber no cinema, na literatura e na filosofia para desembocar numa linguagem suja com toques de humanidade. Tomar opções é caminho compulsório não apenas a dramaturgos; mas também de atores para crescer na interpretação.
Mas, vamos à peça. "Comprei um Treisoitão..." começa assim: é honesta. Os atores estão lá. Os sentimentos também estão presentes. Ponto a favor. Samuca (Pimentel) é um presidiário que acaba de sair da cadeia e quer realizar três desejos: mijar sem se esconder, fumar um baseado muito grande sozinho e passar três dias com o sexo de mulher de verdade. Não realiza nenhum. Não se comunica com ninguém. Não aprendeu a fazer isso. Mas não é ignorante.
Raciocina de forma mediana. Lida com a frustração da forma como todos nós, todos os dias: vai esquecendo dos sonhos diários que se mostram inviáveis e cria outros ao mesmo tempo. Vai remendando pequenos sonhos.
Ao seu redor estão ramificações de sua personalidade: Gel (Danielli Avila), um amor platônico; Pepe (Nelson Peres), um trabalhador que na verdade raramente trabalha e tem dinheiro; e Urso (Fábio Arruda), que está numa overdose constante. Todos viciados.
Os atores estão acordados, ouvem e falam com propriedade e os palavrões não são o forte do texto: reflexo da propriedade de criação da peça. Estão todos num ambiente de solidão; típicos de quem já passou noites nas "vagas" de dormitórios do centro da cidade, tendo nas camas ao lado imigrantes/fugitivos ou "homens sombra".
A peça tem seu ápice no momento em que Samuca, do alto de um prédio, de posse de um revolver calibre 38, olha sua solidão e questiona Deus. A imagem é bem conduzida e leve. Como um haikai que transforma numa metáfora todo o texto.
Há experimentos interessantes na cenografia, criada quase apenas de lixo de caçambas da cidade. A cama não se equilibra nunca. Naturalmente seus apoios foram feitos para escorregar. A luz é concebida de baixo para cima trazendo efeitos interessantes à montagem.
"Comprei um Treisoitão...", primeiro texto de Pimentel, foi premiado pelo concurso Nacional de Nova Dramaturgia Brasileira no Rio de Janeiro em 2002. O curador do prêmio, Roberto Alvim, hoje à frente do Club Noir, com Juliana Galdino, interessou-se por montar a peça. Na época, o texto premiado foi dirigido por Mário Bortoloto no Teatro Carlos Gomes, no centro da capital fluminense. Somente agora Pimentel conseguiu fazer sua própria direção, entremeando a produção teatral à produção de curtas-metragens, com intuito de arredondar idéias de seu próprio texto.
Independente de outros julgamentos da qualidade desta obra (e haverá vários, todos pertinentes também), este grupo, assim como outros que merecem luz , traz a você uma pesquisa e paixões de uma vida inteira. E está apenas no princípio. Faz um teatro "com história", com substância. Então, sinta-se à vontade para sair de casa, aguentar o trânsito, estacionamento, etc, para ver este espetáculo. Vale a pena.
(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 7)(Juan Velásquez - Ator e jornalista - Comprei um Treisoitão e fui brincar com Deus Espaço dos Satyros 2, Praça Roosevelt, 134. Só aos Sábados, 23h59. R$ 20 1/2 R$ 10,00. Até 01 de Agosto de 2009. )
sábado, 4 de julho de 2009
TEATRO: Cia Desencontrários informe: a peça 38tão reestréia no próximo sábado as 23h59 no Satyros 2
A reestreia da peça Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus, foi adiada para o próximo sábado, estava marcada para hoje, mas a atriz Danielli Avila sofreu um acidente, levou quatorze pontos na perna. Quero aproveitar para agradecer a solidariedade dos amigos, ao elenco, Nelson Peres, Jorge Melo e Taiguára e mais uma vez ao pessoal do Satyros 2: Felipe, Danilo e principalmente ao Rodolfo e ao Ivam. Não se preocupem que A Dany já está quase boa para a temporada. Iriamos fazer uma reestreia no Satyros 2 com o 38tão neste sábado e outra reestreia com Mother Fucker - O começo de uma banda de rock and rol, no CCJ no outro; agora encavalou, vamos ter duas reestreias para o mesmo dia, 11/07/09 uma as 20h00 e outra as 23h59 no Satyros 2.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
alguma coisa sobre direção e e concepção de textos
Ponto de vista: sei porque eu mesmo dirijo meus próprios textos, seja no cinema ou no teatro, a visão que cada um tem é muito particular de cada obra; não sei se é por eu ser um romântico anarquista, sei que gosto de ouvir as opiniões dos outros; mas quase sempre me trás problemas lá na frente; pelo meu jeito introspectivo e anarquista quando na execução de algum trabalho se confundem e acham que podem me tomar de assalto. Com o tempo aprendi a usar isso também, conduzir, ouvir agregar dentro da ideia chave; afinal o objetivo precisa ser cumprido.
terça-feira, 30 de junho de 2009
A loucura é uma maneira de acreditar que a vida ainda pode ser boa. Ter esperança é o que meus personagens buscam. Betty Quer Morrer, meu terceiro filme que vai ser lançado mês que vem vai por esse viés. A loucura talvez seja a única maneira para algumas pessoas terem um pouco de paz na terra. Em breve teremos o trailler para postar aqui.
Caraca quase esqueço. Reestrearemos o 38tão no satyros 2 a meia noite dia 04/07 e faremos quatro apresentações no CCJ da peça: Mother Fucker - O começo de uma banda de rock and roll. Apareçam!!!!!!!!
Caraca quase esqueço. Reestrearemos o 38tão no satyros 2 a meia noite dia 04/07 e faremos quatro apresentações no CCJ da peça: Mother Fucker - O começo de uma banda de rock and roll. Apareçam!!!!!!!!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Ele não tinha muito. Nunca teve muito. Vivia na base do esculacho. No começo tinha medo, depois o medo deu lugar ao ódio. Sua cólera era mais revolta do que ódio; até então achava que sentia ódio. Tinha vergonha de falar com estranhos, sentia-se um estranho. Era filho de operário, sua mãe dona de casa, seus irmãos perdidos no mundo. Ele era magro de desnutrição, cabelos compridos, pele oleosa e um jeito rápido de andar.
Feito o personagem da raposa do romance “O pequeno príncipe” cercava-se das pessoas aos poucos, nunca tentava uma aproximação direta, frontal, esgueirava-se pelos cantos, metro a metro, quando o notavam, isso quando alguém o notava não falavam com ele, ele não se importava, essa era a sua maneira de tentar frear a solidão quando não dava certo bebia tudo que cabia no seu corpo magro; ficava falante.
Vivia de fazer bicos pesados, ajudava carregar ou descarregar caminhões de cimento. O serviço pesado o estava matando, sua coluna doía, já não conseguia mais pegar peso na cabeça.
Feito o personagem da raposa do romance “O pequeno príncipe” cercava-se das pessoas aos poucos, nunca tentava uma aproximação direta, frontal, esgueirava-se pelos cantos, metro a metro, quando o notavam, isso quando alguém o notava não falavam com ele, ele não se importava, essa era a sua maneira de tentar frear a solidão quando não dava certo bebia tudo que cabia no seu corpo magro; ficava falante.
Vivia de fazer bicos pesados, ajudava carregar ou descarregar caminhões de cimento. O serviço pesado o estava matando, sua coluna doía, já não conseguia mais pegar peso na cabeça.
domingo, 21 de junho de 2009
MENINOS DE KICHUTE
Meu amigo Márcio pediu para divulgar o making off do filme, MENINOS DE KICHUTE adaptação de seu livro homônimo.
para assistir clique no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=yF-JYnfOziA
para assistir clique no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=yF-JYnfOziA
sábado, 23 de maio de 2009
Na velocidade dos anos todos tão desesperados, novo filme da Joda Filmes
Meu quarto filme e nosso terceiro com a Joda Filmes, produtora que eu e a Dany estamos começando. A foto ai de baixo é de um dos sets do novo filme: Na Velocidade dos Anos Todos tão Desesperados. Mês que vem faz um ano que filmamos Betty Quer Morrer, que está agora pronto para a estréia no cinema. Na foto ai de cima, parte da equipe do filme; de novo repetimos a parceria com a Luanda na direção de arte. No elenco do filme tem Nelson Peres, Walter Figueiredo (batata) fazendo uma participação especial, Gabriela Hess, Danielli Avila e eu.
domingo, 10 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Cinema
sábado, 11 de abril de 2009
FIM DE MAIS UMA TEMPORADA DA PEÇA 38TÃO
segunda-feira, 6 de abril de 2009
A danay avila é uma teimosa, nunca pensou em desitir de ser atriz, nunca conheci uma pessoa tão apaixonada por teatro como ela. Apanhamos e dançamos juntos. Ouvimos muito a música do "NÃO" por ai. Confesso que um tempo atrás estava desiludido mas seu amor me fez ver o caminho, acreditar, carregar a bateria novamente. Teatro é um celibato, tudo conspira contra, mas com força não tem porta que não abra e "não" que não se transforme em "SIM". No 38tão, peça que estamos em cartaz no Satyros 1 até dia 11/Abril, tive o prazer de poder acompanhar sua transformação como artista/atriz, sua "GEL" personagem que interpreta passa do doce ao contido ao explosivo em segundos. Sua criação para GEL é impar. Solidão pode ser bonito de se ver e ouvir.
novo filme ainda sem titulo
O material se tranformou, tem um ano que trabalho nesse roteiro, ele só aconteceu quando deixei os personagens pensarem por si mesmos. Confesso quase perco a razão, comecei a duvidar da minha capacidade de escritor; tudo porque não via o que estava lá o tempo todo, caralho! A mágica dá escrita as palavras/imagens moldam o vento em aço. A dany sempre ali perto de mim, me inspirando, me enlouquecendo ainda mais com sua perguntas, valeu meu amor.
Feliz agora posso seguir.
" Estamos ficando velhos. O que tinha que acontecer já aconteceu. E a gente perdeu. O trem já passou pra nós." (trecho do roteiro inédido ainda sem titulo)
Feliz agora posso seguir.
" Estamos ficando velhos. O que tinha que acontecer já aconteceu. E a gente perdeu. O trem já passou pra nós." (trecho do roteiro inédido ainda sem titulo)
quinta-feira, 2 de abril de 2009
QUER FAZER PESQUISA CONCORRA A UMA BOLSA DO CNPq
Tudo muda só o FOMENTO que continua o mesmo.Porque eles, os jurados, já não dão de cara o fomento para os mesmos grupos de sempre? Sem precisar abrir edital. Pra que fazer uma pá de gente perder seu tempo? O Fomento a meu entender deveria ser uma primeira ajuda para os grupos de teatro se fortalecerem e só, mas não é assim que a coisa funciona. Se alguém quer fazer pesquisa durante um ano com verba pública recorra ao CNPq, teatro é para ser descoberto no palco, com o público. Trabalho continuado é aquele que com luta chega até os teatros e conseqüentemente se transforma quando se faz, ano após ano entra em cartaz e acontece. Há vários estilos de teatro, teatro narrativo (última moda) farsa, teatro fisico, teatro metafórico,absurdo, grotesco, marginal, realista, naturalista... Então comecem a fazer seu trabalho direito, não há só uma escola (estilo) de teatro.
sábado, 28 de março de 2009
CRITICA/ GAZETA MERCANTIL DA PEÇA 38TÃO
Lá em Londrina (PR) quando eu tinha 15 anos trabalhei de entregar jornal pra Gazeta Mercantil de SP, varava a madrugada em cima de uma bicicleta cargueira, era um garoto magricelo conduzindo uma montanha de jornais na noite fria. Trabalhei entregando jornal durante o inverno de 1985 todo; e no Sul o inverno é foda. Mas a ironia é que a minha primeira critica justamente saiu no jornal que eu entregava. O núcleo da Cia. Desencontrários é formado por mim e pela atriz e também figurinista e produtora Danielli Avila, minha amada. Sempre trabalhamos com atores convidados, nessa impreitada não poderia de deixar de agradecer ao amigo e ator Nelson Peres por acreditar no projeto e contribuir com sua sensibilidade e talento. E também agradeço ao Ivam Cabral e ao Rodolfo Garcia Vasquéz da companhia dos Satyros por mais essa oportunidade. Hoje teremos o ator Taiguara Chagas substituindo o ator Fabio Arruda no elenco fazendo o personagem do Urso. Segue ai embaixo a matéria com a critica escrita pelo jornalista Juan Velásquez da Gazeta Mercantil:
Brincando de poesia e cinema no palco
São Paulo, 27 de Março de 2009 -
Quando uma trupe de teatro se junta, um dos primeiros obstáculos para uma boa montagem é vencer o desafio de encontrar o que se quer dizer. Uma vez equacionada a questão é preciso encontrar como se quer dizer. Daí se recorre a grandes dramaturgos, universais, nos quais geralmente é preciso fazer pequenos acertos na obra para adaptar o texto ao nosso tempo, ao nosso olhar, ao nosso presente. Neste momento alguns grupos decidem tomar um caminho mais firme: escrever seu próprio texto e ter liberdade e propriedade total do que estão dizendo.
Isso acaba desembocando em tentar sua própria forma de encenação e abre caminho para uma agradável busca de influências que não necessariamente vêm somente do teatro, mas da poesia, do cinema, artes plásticas, enfim.
Hoje, quando falamos de um déficit de bons e novos textos no Brasil, há grupos e pessoas que caminham no sentido oposto desta crise. É o caso da Cia. Desencontrários. A companhia está agora em cartaz com o texto "Comprei um Treisoitão e Fui Brincar com Deus", no Espaço Satyros. O ator, diretor, cineasta e dramaturgo Joeli Pimentel começou em Londrina (PR), onde, aos 17 anos, buscou suas primeiras influências no cineasta e multiartista alemão Werner Fassbinder. O alemão teve uma produção artística prodigiosa em qualidade, acentuada em solidão, desespero, angústia e busca pela própria identidade. Pimentel buscava falar do ser humano de forma crua, com conflitos internos e com liberdade para falar palavrões, por exemplo. Fassbinder "mostrou" a ele que era possível.
Já o escritor e poeta curitibano Paulo Leminski deu a Joeli a porta para escrever de forma breve, frases curtas, ideias profundas, ao modo de um haikai. O movimento beatnik - a contracultura - e sua vontade de mostrar a realidade sem ilusões ou distrações também foi influência escolhida pelo jovem dramaturgo paranaense. É importante lembrar que Pimentel não buscou este caminho isolado.
Ele faz parte de uma onda de artistas, como outros que saíram do grupo Cemitério de Automóveis apenas para dar exemplo, que batalham - fora da verba pública - e que buscam seus próprios caminhos; de forma marginal e usando como arma a intelectualidade e a interdisciplinaridade de atuação.
Pimentel é um dramaturgo que tomou uma opção: de beber no cinema, na literatura e na filosofia para desembocar numa linguagem suja com toques de humanidade. Tomar opções é caminho compulsório não apenas a dramaturgos; mas também de atores para crescer na interpretação.
Mas, vamos à peça. "Comprei um Treisoitão..." começa assim: é honesta. Os atores estão lá. Os sentimentos também estão presentes. Ponto a favor. Samuca (Pimentel) é um presidiário que acaba de sair da cadeia e quer realizar três desejos: mijar sem se esconder, fumar um baseado muito grande sozinho e passar três dias com o sexo de mulher de verdade. Não realiza nenhum. Não se comunica com ninguém. Não aprendeu a fazer isso. Mas não é ignorante.
Raciocina de forma mediana. Lida com a frustração da forma como todos nós, todos os dias: vai esquecendo dos sonhos diários que se mostram inviáveis e cria outros ao mesmo tempo. Vai remendando pequenos sonhos.
Ao seu redor estão ramificações de sua personalidade: Gel (Danielli Avila), um amor platônico; Pepe (Nelson Peres), um trabalhador que na verdade raramente trabalha e tem dinheiro; e Urso (Fábio Arruda), que está numa overdose constante. Todos viciados.
Os atores estão acordados, ouvem e falam com propriedade e os palavrões não são o forte do texto: reflexo da propriedade de criação da peça. Estão todos num ambiente de solidão; típicos de quem já passou noites nas "vagas" de dormitórios do centro da cidade, tendo nas camas ao lado imigrantes/fugitivos ou "homens sombra".
A peça tem seu ápice no momento em que Samuca, do alto de um prédio, de posse de um revolver calibre 38, olha sua solidão e questiona Deus. A imagem é bem conduzida e leve. Como um haikai que transforma numa metáfora todo o texto.
Há experimentos interessantes na cenografia, criada quase apenas de lixo de caçambas da cidade. A cama não se equilibra nunca. Naturalmente seus apoios foram feitos para escorregar. A luz é concebida de baixo para cima trazendo efeitos interessantes à montagem.
"Comprei um Treisoitão...", primeiro texto de Pimentel, foi premiado pelo concurso Nacional de Nova Dramaturgia Brasileira no Rio de Janeiro em 2002. O curador do prêmio, Roberto Alvim, hoje à frente do Club Noir, com Juliana Galdino, interessou-se por montar a peça. Na época, o texto premiado foi dirigido por Mário Bortoloto no Teatro Carlos Gomes, no centro da capital fluminense. Somente agora Pimentel conseguiu fazer sua própria direção, entremeando a produção teatral à produção de curtas-metragens, com intuito de arredondar idéias de seu próprio texto.
Independente de outros julgamentos da qualidade desta obra (e haverá vários, todos pertinentes também), este grupo, assim como outros que merecem luz , traz a você uma pesquisa e paixões de uma vida inteira. E está apenas no princípio. Faz um teatro "com história", com substância. Então, sinta-se à vontade para sair de casa, aguentar o trânsito, estacionamento, etc, para ver este espetáculo. Vale a pena.
(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 7)(Juan Velásquez - Ator e jornalista Comprei um Treisoitão e fui brincar com Deus Espaço dos Satyros 1, Praça Roosevelt, 214. Sábado, 21h. R$ 20. Até 11 de abril. )
Brincando de poesia e cinema no palco
São Paulo, 27 de Março de 2009 -
Quando uma trupe de teatro se junta, um dos primeiros obstáculos para uma boa montagem é vencer o desafio de encontrar o que se quer dizer. Uma vez equacionada a questão é preciso encontrar como se quer dizer. Daí se recorre a grandes dramaturgos, universais, nos quais geralmente é preciso fazer pequenos acertos na obra para adaptar o texto ao nosso tempo, ao nosso olhar, ao nosso presente. Neste momento alguns grupos decidem tomar um caminho mais firme: escrever seu próprio texto e ter liberdade e propriedade total do que estão dizendo.
Isso acaba desembocando em tentar sua própria forma de encenação e abre caminho para uma agradável busca de influências que não necessariamente vêm somente do teatro, mas da poesia, do cinema, artes plásticas, enfim.
Hoje, quando falamos de um déficit de bons e novos textos no Brasil, há grupos e pessoas que caminham no sentido oposto desta crise. É o caso da Cia. Desencontrários. A companhia está agora em cartaz com o texto "Comprei um Treisoitão e Fui Brincar com Deus", no Espaço Satyros. O ator, diretor, cineasta e dramaturgo Joeli Pimentel começou em Londrina (PR), onde, aos 17 anos, buscou suas primeiras influências no cineasta e multiartista alemão Werner Fassbinder. O alemão teve uma produção artística prodigiosa em qualidade, acentuada em solidão, desespero, angústia e busca pela própria identidade. Pimentel buscava falar do ser humano de forma crua, com conflitos internos e com liberdade para falar palavrões, por exemplo. Fassbinder "mostrou" a ele que era possível.
Já o escritor e poeta curitibano Paulo Leminski deu a Joeli a porta para escrever de forma breve, frases curtas, ideias profundas, ao modo de um haikai. O movimento beatnik - a contracultura - e sua vontade de mostrar a realidade sem ilusões ou distrações também foi influência escolhida pelo jovem dramaturgo paranaense. É importante lembrar que Pimentel não buscou este caminho isolado.
Ele faz parte de uma onda de artistas, como outros que saíram do grupo Cemitério de Automóveis apenas para dar exemplo, que batalham - fora da verba pública - e que buscam seus próprios caminhos; de forma marginal e usando como arma a intelectualidade e a interdisciplinaridade de atuação.
Pimentel é um dramaturgo que tomou uma opção: de beber no cinema, na literatura e na filosofia para desembocar numa linguagem suja com toques de humanidade. Tomar opções é caminho compulsório não apenas a dramaturgos; mas também de atores para crescer na interpretação.
Mas, vamos à peça. "Comprei um Treisoitão..." começa assim: é honesta. Os atores estão lá. Os sentimentos também estão presentes. Ponto a favor. Samuca (Pimentel) é um presidiário que acaba de sair da cadeia e quer realizar três desejos: mijar sem se esconder, fumar um baseado muito grande sozinho e passar três dias com o sexo de mulher de verdade. Não realiza nenhum. Não se comunica com ninguém. Não aprendeu a fazer isso. Mas não é ignorante.
Raciocina de forma mediana. Lida com a frustração da forma como todos nós, todos os dias: vai esquecendo dos sonhos diários que se mostram inviáveis e cria outros ao mesmo tempo. Vai remendando pequenos sonhos.
Ao seu redor estão ramificações de sua personalidade: Gel (Danielli Avila), um amor platônico; Pepe (Nelson Peres), um trabalhador que na verdade raramente trabalha e tem dinheiro; e Urso (Fábio Arruda), que está numa overdose constante. Todos viciados.
Os atores estão acordados, ouvem e falam com propriedade e os palavrões não são o forte do texto: reflexo da propriedade de criação da peça. Estão todos num ambiente de solidão; típicos de quem já passou noites nas "vagas" de dormitórios do centro da cidade, tendo nas camas ao lado imigrantes/fugitivos ou "homens sombra".
A peça tem seu ápice no momento em que Samuca, do alto de um prédio, de posse de um revolver calibre 38, olha sua solidão e questiona Deus. A imagem é bem conduzida e leve. Como um haikai que transforma numa metáfora todo o texto.
Há experimentos interessantes na cenografia, criada quase apenas de lixo de caçambas da cidade. A cama não se equilibra nunca. Naturalmente seus apoios foram feitos para escorregar. A luz é concebida de baixo para cima trazendo efeitos interessantes à montagem.
"Comprei um Treisoitão...", primeiro texto de Pimentel, foi premiado pelo concurso Nacional de Nova Dramaturgia Brasileira no Rio de Janeiro em 2002. O curador do prêmio, Roberto Alvim, hoje à frente do Club Noir, com Juliana Galdino, interessou-se por montar a peça. Na época, o texto premiado foi dirigido por Mário Bortoloto no Teatro Carlos Gomes, no centro da capital fluminense. Somente agora Pimentel conseguiu fazer sua própria direção, entremeando a produção teatral à produção de curtas-metragens, com intuito de arredondar idéias de seu próprio texto.
Independente de outros julgamentos da qualidade desta obra (e haverá vários, todos pertinentes também), este grupo, assim como outros que merecem luz , traz a você uma pesquisa e paixões de uma vida inteira. E está apenas no princípio. Faz um teatro "com história", com substância. Então, sinta-se à vontade para sair de casa, aguentar o trânsito, estacionamento, etc, para ver este espetáculo. Vale a pena.
(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 7)(Juan Velásquez - Ator e jornalista Comprei um Treisoitão e fui brincar com Deus Espaço dos Satyros 1, Praça Roosevelt, 214. Sábado, 21h. R$ 20. Até 11 de abril. )
sábado, 14 de março de 2009
TEATRO! TEATRO! TEATRO!
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Reestréia da peça: Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus no Espaço dos Satyros 1
Com: danielli avila, nelson peres,
fabio arruda e joeli pimentel
SÁBADOS: 21H00 ESTRÉIA DIA 07/03 ATÉ 11/04/2009
SATYROS 1
PÇA FRANKLIN ROOSEVELT 214 - CENTRO - SP
CARACA!!! Voltaremos com o 38tão, achava que esse ano não seria possível, mas vai rolar; quem não viu aproveite para ver, cada vez que um grupo, Cia, enfim alguém consegue por uma peça em cartaz é uma grande vitória da arte. VIVA O TEATRO!
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
QUANDO O CONFLITO ESTÁ DENTRO DA MENTE DO PERSONAGEM
Quando a peça, Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus estreou no teatro dos Satyros 1 em São Paulo na Pça Roosevelt no final do ano passado, alguns criticos descreveram-na como sem conflito e elogiaram-na por isso. Comprei um trêsoitão e fui brincar com Deus, não só tem conflito como tem um dos conflitos mais difíceis de todas. 38tão é uma história que o ARCO DRAMÁTICO da peça se localiza dentro da mente dos personagens. Nesse tipo de trama os personagens experimentam uma revolução profunda e irreversível em sua atitude perante a vida e a si próprio.
Recebi alguns e-mails perguntando quando voltaríamos com a peça, que gostariam de ver, mas, não podiam ir durante a semana, perguntando se entrariamos em cartaz no final de semana. Bom respondendo: temo que só voltaremos com essa peça só o ano que vem, motivos: pauta nos teatros só no segundo semestre, e também a atriz e produtora, minha senhora, dany vai ficar de licença maternidade. É serei pai. Mas estou escrevendo outra peça para dois atores, pra estrear este ano ainda enquanto a dany não volta. Mas não paramos ainda, começamos a pré produção do meu quarto filme de curta-metragem. Depois de atuar no filme ai sim dou férias pra Dany. Quando tiver uma data e local para estréia da nova peça, aviso aqui nesse blog.
Agradeço o interesse de todos aqueles que me mandaram e-mals.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
ROMANCE.38 - FILME PARA VER GRÁTIS
O FILME ROMANCE. 38, GANHADOR DO PRÊMIO DE PUBLICO NO RIO DE JANEIRO ENTRE OUTROS DOS AMIGOS VINICIOS CASIMIRO E VITOR BRANDT QUE EU FAÇO UM ASSASSINO DE ALUGUÊL VAI PASSAR AMANHÂ NO CINE OLIDO FORA DE CONCURSO
GALERIA OLIDO - 13/02 SEXTA - FEIRA - 19H30
AV. SÃO JOÃO 473 - CENTRO DE SÃO PAULO
GALERIA OLIDO - 13/02 SEXTA - FEIRA - 19H30
AV. SÃO JOÃO 473 - CENTRO DE SÃO PAULO
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O Lutador
Não aguentei esperar e na quarta-feira passada comprei o filme O Lutador, com Mickey Rourke, piratão mesmo, uma dessas cópias que os estudios fazem e mandam para criticos e divulgadores, a cópia tá boa, com legenda e tudo. O cara teve a chance de fazer o que sabe, um personagem dramatico é tudo que um ator bom precisa para detonar. A direção também não deixa nada a desejar, o Darren Aronofsky manda bem, sabe narrar uma boa história, mérito dele. Um bom filme tem ação e reação, foge das cabeças falantes que só fica bom no teatro ou quando for diálogo que mova a trama para frente, tenha ação.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Em processo
Ontem fui no estudio do Thiago trabalhar na trilha sonora do filme com ele, o cara é muito bom, faz ruido virar música, um defeito técnino nos ajudou a dar o som correto numa música. Quando o cara manja manja mesmo.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Festival do Juri popular de cinema 2009/ programação
O filme que eu faço como ator Romance 38
É com orgulho que a Sobretudo Produção divulga a programação do Festival do Júri Popular nas diversas cidades espalhadas por território brasileiro!
Ao fim de cada uma das sessões, serão recolhidas as cédulas de votação onde o público expressará sua opinião sobre cada uma das categorias de cada um dos filmes
Hors-Concours - 16 anos - 91'
Dossiê Rê Bordosa, de César Cabral, 15', SP, anim
Câmara Viajante, de Joe Pimentel, 20', CE, doc
Romance .38, de Vinícius Casimiro e Vitor Brandt, 15', SP, fic
Engano, de Cavi Borges, 11', RJ, fic
Dreznica, de Anna Azevedo, 14', RJ, doc
Os Filmes que Não Fiz, de Gilberto Scarpa, 16', MG, fic
Cidade: Curitiba
Local: Cinemateca de Curitiba - Rua Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco – Curitiba/PR - (41) 3321-3310 / 3321-3270
dia 02/02, segunda-feira - 20h - Hors-Concours
Cidade: Florianópolis
Local: Museu da Imagem e do Som de SC - Centro Integrado de Cultura – CIC - Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronomica – Florianópolis/SC – (48) 3953-2327
dia 20/02, sexta-feira - 17h - Hors-Concours
Cidade: João Pessoa
Local: Casarão 34 – Casarão 34 – Rua Visconde de Pelotas, 34 (Praça Dom Adauto) – Centro - João Pessoa/PB – (83) 3218-9708
dia 03/02, terça-feira - 19h - Hors-Concours
Cidade: Lençóis
Local: Cine Grãos - Rua Nossa Senhora da Vitória, s/n – Centro - Lençois - Chapada
dia 07/02, sábado - 21h - Hors-Concours
Cidade: Salvador
Local: Sala Walter da Silveira - Rua General Labatut, 27- Subsolo da Biblioteca Pública dos Barris
dia 06/02, sexta-feira - 15h – Hors-Concours
dia 11/02, quarta-feira - 17h30 - Hors-Concours
dia 12/02, quinta-feira - 17h30 - Hors-Concours
Cidade: Vitória
Local: Cine Metrópolis - Av. Fernando Ferrari, s/n - UFES, Campus Universitário – Goiabeiras – Vitória/ES – (27) 3335-2376
dia 02/02, segunda-feira - 17h - Hors-Concours
Cidade: Fortaleza
Local: Unifor - Fundação Edson Queiroz - Universidade de Fortaleza - Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz - Fortaleza/CE
dia 03/02, terça-feira - 11h - Hors-Concours
dia 05/02, quinta-feira - 14h - Hors-Concours
Cidade: Teresina
Local: Sala Torquato Neto – Complexo Cultural Theatro 4 de Setembro – Clube dos Diários – Rua Alvaro Mendes, s/n – Centro – Teresina/PI
dia 03/02, terça-feira - 12h15 - Hors-Concours
dia 10/02, terça-feira - 12h15 - Hors-Concours
Cidade: Porto Alegre
Local: Cine Bancários - Rua General Câmara, 424 – Porto Alegre/RS - (51) 3433-1200
dia 08/02, domingo - 19h - Hors-Concours
Cidade: Goiânia
Local: Cine Goiânia Ouro – Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro - Rua 3 esq. com Rua 9, nº 1016, Galeria Ouro - Centro - Goiânia/GO - (62) 3524-2541 / 3524-2542
Cidade: Palmas
Local: Cine SESC Palmas/TO – 502 NORTE AV. LO 16, lT.21 – 26 – Centro – Palmas/TO
dia 13/02, sexta-feira - 19h30 - Hors-Concours
Cidade: São Paulo
Local: Cine Olido - Galeria Olido – Av. São João, 473 - Centro – São Paulo/SP - (11) 3331-8399 / 3397-0171
dia 09/02, segunda-feira - 13h – Hors-Concours
Cidade: Belém
Local: Cine Líbero Luxardo - Fundação Tancredo Neves - Av. Gentil Bittencourt, 650 - Batista Campos - Belém/PA - (91) 3202 4321
dia 09 - 15h - Hors-Concours
dia 15 - 17h - Hors-Concours
É com orgulho que a Sobretudo Produção divulga a programação do Festival do Júri Popular nas diversas cidades espalhadas por território brasileiro!
Ao fim de cada uma das sessões, serão recolhidas as cédulas de votação onde o público expressará sua opinião sobre cada uma das categorias de cada um dos filmes
Hors-Concours - 16 anos - 91'
Dossiê Rê Bordosa, de César Cabral, 15', SP, anim
Câmara Viajante, de Joe Pimentel, 20', CE, doc
Romance .38, de Vinícius Casimiro e Vitor Brandt, 15', SP, fic
Engano, de Cavi Borges, 11', RJ, fic
Dreznica, de Anna Azevedo, 14', RJ, doc
Os Filmes que Não Fiz, de Gilberto Scarpa, 16', MG, fic
Cidade: Curitiba
Local: Cinemateca de Curitiba - Rua Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco – Curitiba/PR - (41) 3321-3310 / 3321-3270
dia 02/02, segunda-feira - 20h - Hors-Concours
Cidade: Florianópolis
Local: Museu da Imagem e do Som de SC - Centro Integrado de Cultura – CIC - Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronomica – Florianópolis/SC – (48) 3953-2327
dia 20/02, sexta-feira - 17h - Hors-Concours
Cidade: João Pessoa
Local: Casarão 34 – Casarão 34 – Rua Visconde de Pelotas, 34 (Praça Dom Adauto) – Centro - João Pessoa/PB – (83) 3218-9708
dia 03/02, terça-feira - 19h - Hors-Concours
Cidade: Lençóis
Local: Cine Grãos - Rua Nossa Senhora da Vitória, s/n – Centro - Lençois - Chapada
dia 07/02, sábado - 21h - Hors-Concours
Cidade: Salvador
Local: Sala Walter da Silveira - Rua General Labatut, 27- Subsolo da Biblioteca Pública dos Barris
dia 06/02, sexta-feira - 15h – Hors-Concours
dia 11/02, quarta-feira - 17h30 - Hors-Concours
dia 12/02, quinta-feira - 17h30 - Hors-Concours
Cidade: Vitória
Local: Cine Metrópolis - Av. Fernando Ferrari, s/n - UFES, Campus Universitário – Goiabeiras – Vitória/ES – (27) 3335-2376
dia 02/02, segunda-feira - 17h - Hors-Concours
Cidade: Fortaleza
Local: Unifor - Fundação Edson Queiroz - Universidade de Fortaleza - Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz - Fortaleza/CE
dia 03/02, terça-feira - 11h - Hors-Concours
dia 05/02, quinta-feira - 14h - Hors-Concours
Cidade: Teresina
Local: Sala Torquato Neto – Complexo Cultural Theatro 4 de Setembro – Clube dos Diários – Rua Alvaro Mendes, s/n – Centro – Teresina/PI
dia 03/02, terça-feira - 12h15 - Hors-Concours
dia 10/02, terça-feira - 12h15 - Hors-Concours
Cidade: Porto Alegre
Local: Cine Bancários - Rua General Câmara, 424 – Porto Alegre/RS - (51) 3433-1200
dia 08/02, domingo - 19h - Hors-Concours
Cidade: Goiânia
Local: Cine Goiânia Ouro – Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro - Rua 3 esq. com Rua 9, nº 1016, Galeria Ouro - Centro - Goiânia/GO - (62) 3524-2541 / 3524-2542
Cidade: Palmas
Local: Cine SESC Palmas/TO – 502 NORTE AV. LO 16, lT.21 – 26 – Centro – Palmas/TO
dia 13/02, sexta-feira - 19h30 - Hors-Concours
Cidade: São Paulo
Local: Cine Olido - Galeria Olido – Av. São João, 473 - Centro – São Paulo/SP - (11) 3331-8399 / 3397-0171
dia 09/02, segunda-feira - 13h – Hors-Concours
Cidade: Belém
Local: Cine Líbero Luxardo - Fundação Tancredo Neves - Av. Gentil Bittencourt, 650 - Batista Campos - Belém/PA - (91) 3202 4321
dia 09 - 15h - Hors-Concours
dia 15 - 17h - Hors-Concours
sábado, 31 de janeiro de 2009
Daqui da varanda posso ouvir o som das ondas se quebrando no escuro do mar dentro da noite. Na tevê consegui ver o final do filme “Sonho de Liberdade”, o filme é um primor na arte da escrita de roteiros; chamo a Dany para ir dormir na cama, ela não vai, quer ficar no sofá enquanto eu não for também, ela pede para eu diminuir a velocidade do ventilador de teto e volta a dormir. Ás vezes as palavras não saem com facilidade como eu gostaria, tenho que suar para conseguir uma frase boa. Faz um tempo que foquei mais meu trabalho em dramaturgia para teatro e cinema, tenho estudado muito interpretação, teorias de cinema, métodos de teatro, livros que só pude comprar agora, sempre quis ler esses livros, mas era um durango que mal tinha grana pra pagar o aluguel, um vagabundo sagrado comedor de cachorro quente de 0,50 centavos de real, andarilho da Bela Vista. Todos que lidam com arte acabam desenvolvendo um método, cria um estilo, ter noção disso e mantê-lo é um desafio constante. Faço meu teatro e estou prestes a lançar meu terceiro filme de curta metragem estou na decupagem do meu próximo, cinema é um linguagem que escapa pelos seus dedos muito rapidamente se você vacilar, ai meu irmão vai demorar um puta tempo pra poder ter outra chance, por isso é uma arte que demora, sou rápido na execução, mas para isso gasto uma tempão na preparação, esse é o segredo, pelo menos pra mim tem dado certo. Bom, o que estou tentando dizer é que deixei à prosa e a poesia de lado, quem muito quer pouco tem, a vida é muito curta, ninguém consegue fazer uma coisa bem se não se dedicar em tempo integral, e isso ainda será pouco, consegui avançar no teatro e no cinema por ter seguido uma direção. Aprendi que a política é uma puta sifilítica que você vai ter que transar mais cedo ou mais tarde, o risco é que mesmo usando preservativo poderá se fuder.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Sábio japonês escritor de hai kais
Lembrar que hoje, somente hoje está sendo um dia ruim. Como uma célula que morre a partir do momento que nasce, tento sobreviver a cabeça pensante. Somente um irracional pode ter alguma chance no meio de lobos. Um homem que não é advogado de si mesmo, que argumente com desenvoltura e que rasgue qualquer coisa que interponha-se em seu caminho é uma presa fácil. Um estrategista, cafageste, alguém desprovido de caráter, remorso ou qualquer lembrança de dignadede pode respirar esse ar. Penso em resar. Ajoelho para pedir como um crente obstinado, um louco que venera somente seres sublimes, distante de nossa existência patética, senão não vale o mico de tal constrangimento. Não me ajoelho, me curvei demais no passado, se ainda fosse falar com o Deus do primeiro testamento, o Deus mal, que leva-me a crer pelas suas maldades impóstas se tratar de um sábio de carne e osso, um matudo, um desses malandros vividos, um cigano sábio japonês escritor de hai kais ai sim me curvaria, abandonaria a tudo e seria seu discipulo. Desligo o computador. Penso que somente hoje está sendo um dia ruim.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Começou 2009
Sempre quando escrevo algo novo, seja para teatro ou cinema, penso o que eu gostaria de ver nesses meios, que história seria legal e para quem contar? Primeiro penso em contar para mim mesmo, se me emociona, maravilha, se prende atenção, du caralho. Antes me incomodava opiniões diferentes das minhas, se pá até entrava numas de discutir com a pessoa, agora procuro aproveitar o que me dizem e tentar endender porque aquela pessoa endendeu isso e não aquilo o que eu pretendia. Aonde foi que eu errei? Claro tem pessoas que não te dão opinião, elas querem dirigir, ai não dá. Todo o trabalho tem milhares de caminhos para seguir, e isso vai da personalidade de cada um, esses eu só escuto por educação.
Imforme
Acredito que até Março o filme Betty Quer Morrer fique pronto para lançamento. A trilha sonora é o que mais atrasou até agora. Mas vai ficar pronto a tempo para o circuito dos festivais. O próximo filme já está em fase de pré produção. Esse é ao estilo road movie, a logistica é complicada mas, a equipe está afinada. No teatro o 38tão ainda está na espera de pauta, mas vamos reestrear no primeiro semestre, aonde eu não sei ainda. Tô louco pra escrever a próxima peça, já tenho ela na minha cabeça, só tô esperando a hora dela chegar. É que não gosto de escrever peças sem possibilidade de montagem, só escrevo o que vai ser montado. Tenho três peças engavetadas para serem montadas, mas essas tenho que ter um elenco grande, então espero uma oportunidade melhor para virem ao mundo.
Imforme
Acredito que até Março o filme Betty Quer Morrer fique pronto para lançamento. A trilha sonora é o que mais atrasou até agora. Mas vai ficar pronto a tempo para o circuito dos festivais. O próximo filme já está em fase de pré produção. Esse é ao estilo road movie, a logistica é complicada mas, a equipe está afinada. No teatro o 38tão ainda está na espera de pauta, mas vamos reestrear no primeiro semestre, aonde eu não sei ainda. Tô louco pra escrever a próxima peça, já tenho ela na minha cabeça, só tô esperando a hora dela chegar. É que não gosto de escrever peças sem possibilidade de montagem, só escrevo o que vai ser montado. Tenho três peças engavetadas para serem montadas, mas essas tenho que ter um elenco grande, então espero uma oportunidade melhor para virem ao mundo.
domingo, 18 de janeiro de 2009
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