sábado, 25 de julho de 2009

Guerreiros

Aprendi a dirigir, e confesso, evito sair de carro na chuva, pode ser uma imagem romântica, mas não é nada seguro. Minha mulher vive me dizendo que o carro é uma arma, concordo.

A dany está se preparando para ser mãe e eu deixando de ser menino para ser pai.

Teatro é arte de guerreiros, cada vez que piso no palco me sinto forte por saber que de novo terei que construir algo, preencher espaços que o autor e diretor não chegaram, viajar no universo do personagem, nos seus conflitos, suas contradições; com respeito e tranquilidade, segui-lo.
Vejo a Gel (dany avila) o Urso (jorge melo) e Pepe (nelson peres) me abasteço e jogamos juntos o jogo da magia. Na cena da janela quando fico parado atrás do Nelson vejo seu cabelo branco, toda a sua luta no seu corpo e musculos; penso: como o teatro nos rejuvenesce, penso na minha própria idade, quase 39 anos, e penso na nossa vida de dedicação a arte de contadores de histórias, de homens de teatro, homens de respeito; rebeldes contestadores. Como na cena sempre devemos olhar para o horizonte, o mar revoltoso, as tempestades... são as interperes da vida que nos trarão uma compreensão de tudo que fazemos em vida. Contra a hipocresia e o descaso só a teimosia do TEATRO,TEATRO,TEATRO.

Hoje fazemos a penultima apresentação de Comprei um treisoitão e fui brincar com Deus no Satyros 2 a 23h59. Essa peça já virou cult, a resposta do público é sempre acolhedora, seguem essa peça por onde ela vá. Numa das apresentações, o público pensava em voz alta trechos das falas dos atores. No final de outra apresentação um senhor nos agradeceu em voz alta quando saímos do palco. Pena que nossos pares não prestigiem teatro independente, underground; como a critica, ou um desses formadores de opinião fingem que não existimos. Fiquem com Deus, continuaremos interagindo com o mundo assim mesmo. E que meus filhos continuem a fazê-lo também.

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