terça-feira, 14 de julho de 2009

22 anos fazendo teatro

Há exatos 22 anos atrás eu começava minha epopéia no teatro, tinha 17 anos, pela terceira vez tentava terminar o ginásio na Escola Estadual Manuel Bandeira, no jardim Novo Bandeirantes na cidade de Cambé (PR), nessa época eu treinava na escolinha de futebol da vila Santa Terezinha em Londrina com o ex-jogador do Tubarão Zequinha. Meu futuro já estava certo seria jogador de futebol, jogava bola dia e noite, dali uma semana faria um teste para o Juniores do Londrina, time da primeira divisão do futebol Brasileiro. Foi tudo muito rápido, precisavam de alguém para fazer uma apresentação de teatro e ninguém se habilitava, quando um amigo meu e comparsa Rui, ficou sabendo que poderia ficar fora da sala de aula a semana toda, detalhe era semana de provas, ele disse que tinha um amigo que sabia fazer teatro, e eu nem sabia o que era teatro. Ficamos jogando bola dentro do salão nobre da escola até a véspera da apresentação, o diretor da escola de vez em quando passava lá para ver como estamos trabalhando, quando indagados do futebol dizíamos que estávamos nos aquecendo, que era isso que os atores faziam, blá,blá,blá... O dia da apresentação finalmente chegou, estava programada para a hora do intervalo, desesperados montamos uma estruturada, uma pequena esquete com começo, meio e fim, foi puro instinto; nem sabíamos na época o que era esquete ou estrutura dramática. Resolvemos tirar sarro das atitudes de alguns professores que não lecionavam mais na escola, começamos a apresentação tensos, mas, aos poucos fomos gostando da brincadeira e tudo parecia se encaixar. Os alunos riam, os professores riam. Depois dessa apresentação nos chamavam para todas as comemorações da escola. Quando vi estava em cima de um caminhão palco vindo de Curitiba me apresentando na rua; montamos um grupo amador de teatro e ensaiávamos no salão de festas da igreja católica; em 1989 vi um senhor filmando um casamento na igreja, era a primeira vez que via um câmera de vídeo, convencemos o padre que nos liberou o salão para fazermos um festa para arrecadar fundos para nosso primeiro longa metragem amador; 1990 um amigo ouviu no rádio um teste para atores entrarem no grupo Proteu, esse grupo organizava o FILO que nem era filo ainda, era Mostra Latino Americana de Teatro, fui no teste e passei, foi minha estréia no teatro profissional. Pelo teatro voltei a estudar e terminei o colegial, tentei a faculdade de filosofia, passei no vestibular, mas o teatro me chamava outra vez, ai me mudei para São Paulo.

Um comentário:

Pedro Pellegrino disse...

Muito bacana a sua história no teatro, Joeli. E só por curiosidade: e o teste no Londrina? Abraços.