sábado, 22 de novembro de 2008

O desgaste das peças

Eu não gosto de falar muito do meu trabalho, até porque acredito que a arte é pra ser sentida, descoberta... pra vivenciarmos mundos que não são os nossos. Sempre falo de paixão, amizade, lealdade. Em meus textos os personagens parecem nunca conseguirem deixar de serem tão sozinhos e de nunca conseguirem o que querem. Como eu venho de uma cidadezinha do interior do Paraná, Cambé, nunca fui garoto de centros urbanos, nunca gostei do cinismo das pessoas da cidade, sempre me intrigou a vida das pessoas, a maneira como cada um lida com os problemas do dia a dia. Por isso retrato as pessoas comuns. Foi à curiosidade que me trouxe até aqui. Tenho 38 anos e ainda não perdi o desejo de saber. Não quero mais mudar o mundo, mas, tento descobrir o mundo que somos e porque somos assim. Porque a cor azul e não a verde? Acredito que viver é se atritar, bater um corpo no outro, como no sexo a vida é assim, o desgaste de uma peça que fura aço, a transformação das coisas no que elas são. Formação, desejo, religião, política, artes... Há sempre um Deus por ai querendo nos manipular... Vivemos uma época de pedantes...

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