Cinema de ator

Eu ando no meu ritmo, sou um cara desconfiado, sou como a raposa do Pequeno Principe, para me conquistar tem que me cativar, um dia um passo, outro dia outro passo... Tomei muita porrada de graça, encarei muita briga sozinho, agora acho que aprendi, não me esforço pra agradar ninguém, esse lance de puxar saco não tenho paciencia pra isso não. Vou construindo, reconstruindo, derrubando, erguendo, redefinindo, não sei onde ouvi isso, mas sou casado com a minha profissão e minha mulher é minha amante, talvez esse seja o segredo de uma vida feliz a dois . Comecei a editar meu terceiro filme de curta metragem, Betty Quer Morrer roteiro semi-finalista do Festival Duelo de Duke City, adaptação livre de uma das duas histórias de uma peça minha, Jovens Suicidas que ficou em cartaz em Sampa por quase três anos. Levei dois anos trabalhando no roteiro, depois de 30 versões achei que estava na hora do filme nascer, com uma equipe de 18 pessoas, dez mil reais investidos, ganhos de trabalho duro no teatro, economias minha e da dany o filme começa a respirar vida. Cansado de esperar oportunidades e sabendo que me arrependeria caso alguém tentasse dar uma outra cara ao meu material, eu mesmo faço tudo, dou o meu recado, não espero a sorte ou o acaso vou construindo. Uma vez, em Londrina a diretora Nitis Jacon do grupo Proteu do qual fui ator por cinco anos me disse quando eu tentava fazer um exercicio com as pernas que se eu sabia que era impossível oque eu estava querendo porque continuava a fazer? Eu disse que aquilo me abilitaria a fazer outra coisa que seria posssível realizar. Tinha 19 anos e todo um percurso a percorrer, uma estrada longa, nunca penso no final, a aventura do caminho me motiva mais que o resultado.
Se você planejar, se preparar com certeza vencerá a pressão e chegará aonde deseja, mesmo que o lugar seja em lugar nenhum. Lembre-se os passos que te levam...